Desta vez demorei mais algum tempo a voltar a escrever, não porque não quisesse mas porque não pude. O que até foi bom porque amadureci uma ideia na qual andava a matutar.
Ando num ginásio (ou melhor estou inscrita num) e soube que estavam a fazer uma promoção que me permitiria poupar uns trocos. Como quando a esmola é grande o pobre desconfia, lá fui eu informar-me de como funcionava a coisa. Aquilo era de facto porreirito e permitir-me-ia poupar uns trocaditos jeitosos. Estava eu já com uma sensação de satisfação de poupança e boa negociata, quando a cuidada senhora, vestida a rigor de fatinho cinzento e pink, me disse no seu mais radioso sorriso "..renova o contrato por 2 anos"
2...anos..2...2...2..2..2..!!!!...d.o.i.s anos-> contrato->compromisso->condição->escolha
Aquilo que me parecia Trigo limpo, farinha Amparo transformou-se num obrigada com sorriso amarelo seguido de um sair da recepção direitinha para casa, e até hoje não me inscrever na promoção.
2 anos pareceu-me um eternidade. 2 anos..em 2 anos posso fazer tanta coisa, quero fazer tanta coisa!!posso não estar perto do ginásio (nem quero!o que isso implicaria!!), posso não estar perto de outros ginásios do Clube, posso já ter querido desistir por não ter tempo, posso ter desistido por ter tempo a mais e $ a menos por estar desempregada, por nem estar aqui (ai quem me dera!), posso já nem estar por cá ( e andar a perder calorias no ginásio do Céu) sei lá mais que posso eu fazer em 2 anos!
(Mas, isto não é nada quando comparado com o compromisso de um carro, ou um casa ou um casamento..ou um filho..)
Foi então que percebi o que já tinha fingido não ter visto: tenho um medo pavoroso à irreversibilidade existente na decisão. Não consigo decidir ou optar verdadeiramente, porque em cada opção se escolhe um caminho em detrimento de outro.
Não quero, nem consigo optar por caminhos que não me permitam voltar atrás até ao cruzamento e seguir por outra direcção. Até posso não voltar atrás mas o SENTIR que posso escolher...
Mas isso é evoluir!..pois...eu sei, eu sei. o desenvolvimento implica a escolha de um caminho para a evolução, e se quero evoluir tenho de começar por algum lado né?Sim seria uma falta de consciência da condição humana pensar que se poderia evoluir em todos as direcções. I know.
E por isso, sendo a evolução prioritária, apenas optarei quando isso for essencial para o desenrolar do novelo e impedir que se crie inércia na trajectória. Fora isso, fugirei das condições como o gato da água, assumo-o já aqui!
Quero ter a liberdade de optar quando quiser, pelo que quiser e como quiser, tendo como limite a liberdade do vizinho do lado, a consciência e o ridículo e como objectivo a evolução e a felicidade.
Li…ber…da…de!!!
Por isso, não vou optar sobre esquemas decorativos, nem sobre roupas, nem sobre desenvolvimentos em áreas profissionais, nem sobre grupos de amigos (quero tê-los todos), nem sobre tipo de relações ou tipo de namorados (haverá lá mistura melhor do que um macho sexy, grunge, giro, simpático, inteligente, misterioso, fiel, apaixonado, louco, bonito e eloquente?), nem sobre religião, nem sobre viagens, nem sobre livros, nem sobre estilo, e muito menos sobre um ginásio!!
Por isso, se tenho de pagar 20 euros a mais todos os meses para poder virar costas aos ditos senhores quando bem me der na telha e na real gana, que seja!!
20 euros 1! 20 euros 2! 20 euros 3!
Liberdade vendida à menina que não gosta de compromissos!
Já dizia o bom e velho Pedro do alto da sua sabedoria:
“ Sempre arroz, arroz, arroz, não pode ser! Tem de comer batata, feijão, massa e arroz, senão enjoa!”
Ora nem mais!
P.S. – Bom, parece-me que fiz uma opção:P Mas esta era daquelas essenciais para manter a minha doce liberdade!
P.S. 2- Qualquer dia tenho de escrever sobre os sentimentos, o porquê de cada um, como se agrupam e quais nos devem acompanhar e quando.
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